Namoro, Gentileza e a Moderna Arte de Somar

Namoro rima com educação, e a gentileza é a única moda que eu insisto em não deixar passar

Dar-me o teu casaco se sinto frio não me torna frágil, apenas aquecida. É uma delicadeza que nada te tirará, mas me fará voltar para casa com a doce esperança de que o afeto é real, e não coisa só de sonho ou de cinema.

Quando puxo a carteira e você, com um sorriso, não me deixa sequer dividir a conta — pelo menos neste primeiro momento — trata-se de atenção, e atenção se reserva a quem é prioridade. Sim, eu posso e vou pagar por mim, mas prefiro que você o faça. Isso não roubará nem um milímetro da minha feminilidade ou da minha independência; eu continuarei inteira mesmo que você me ofereça o passo.

Adoro que você complete a minha bebida, mesmo que eu possa fazê-lo perfeitamente sozinha. É um gesto que eu adoro receber, especialmente na dança inicial de um relacionamento. Significa que você viu meu copo vazio, que você está atento a mim. Trata-se de me fazer sentir importante no seu tempo, no nosso tempo.

E veja bem: no dia seguinte, eu vou vestir minha armadura, ir ao trabalho e conquistar meus objetivos. Vou manter a cabeça erguida frente aos meus colegas, vou abrir centenas de portas através do meu próprio esforço e capacidade, pois minhas vitórias profissionais são atribuídas à minha competência, e não a favores.

Tudo isso eu faço todos os dias. Essa rotina de luta e conquista é minha, e não tem nada a ver com o nosso relacionamento. Você chega para somar, não para completar ou diminuir.

A delicadeza do seu cuidado no encontro é o ponto de luz que torna a jornada do dia a dia mais leve. Não confunda minha capacidade com minha vontade de ser cuidada.

Eu sou independente, mas adoro namorar alguém presente.